Much ado about nothing?

DN:

Corrupção na política? As suspeitas são muitas, os julgamentos alguns, mas os presos nenhuns.(…)
A busca efectuada pela DGSP na sua base de dados adianta que há apenas oito presos por crimes de corrupção – mas todos eles associados ao fenómeno da imigração ilegal.

Será que somos apenas um país de queixinhas, movidos por invejas ressabiadas? Será que a conivência, o amiguismo e o nacional-porreirismo, impede a aplicação da legislação que a penaliza?
Será que a coisa é tão endémica, tão generalizada e a tantos beneficia que deveria até ser subsidiada e regulada por uma Secretaria de Estado, com direito a medidas no Simplex?

Talvez o Estado esteja na origem e na solução do problema. Reduza-se o poder, e as áreas, em que os eleitos e não eleitos podem gastar os dinheiros públicos; o “core business” estatal da Justiça tem de ter em conta a importância de punir quem se aproveita da sua posição para proveito próprio ou de grupos de interesse.

2 pensamentos sobre “Much ado about nothing?

  1. Ricardo

    A dimensão do estado não é uma razão directa da dimensão da corrupção.
    A relação entre o poder económico (restrito) e o político é que se encontra no cerne da questão. Por muito que reduzas o tamanho e as funções do estado, a confusão entre benefício económico e poder político mantem-se.
    Por exemplo, lê o Parecer do Tribunal de Contas sobre a CGE de 2005 e repara no que é afirmado sobre os impactos, benefícios e custos dos investimentos privados que se propõem a benefícios fiscais contratualizados. O problema não é a possibilidade apoiar determinados investimentos privados estruturantes. É a recusa em definir o que deve e não deve ser apoiado.

  2. António Bastos

    Não há povos corruptos nem povos impolutos, o que há são regimes bem estruturados (com perfeita separação, e por isso sem possibilidade de colisão, de poderes), ou regimes “à la française”, como o nosso, em que os poderes estão fracionados e colidem entre si, daqui resultando uma diminuição da autoridade do Estado e a ingovernabilidade do (dum) país. Leia-se Mntesquieu!

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