Libidium Fast Extra (da política)

Certamente a maioria dos leitores já viu a publicidade de Paulo Futre ao Libidium Fast Extra. Se ainda não viu, aqui está o video:

Quem prestar atenção ao que é dito no anúncio, facilmente perceberá que aquele produto não é concorrente do Viagra ou qualquer outro produto farmacêutico idêntico no tratamento da impotência sexual masculina. Aliás, se o fosse, além de necessitar de receita médica como os outros, não poderia fazer publicidade na televisão, por restrição legal da – julgo – Infarmed.

No entanto, poderá haver alguns homens mais “distraídos” (ou mais envergonhados para consultarem o seu médico) que são induzidos a pensar que este suplemento alimentar, vendido como estimulante sexual, substitui as referidas drogas farmacêuticas, mas a custo mais baixo. Só mais tarde, depois de o tomarem, saberão do seu real efeito.

O mesmo se passa nas campanhas eleitorais. Todos ouvimos promessas dos vários partidos que, se ganharem, as suas políticas terão resultados milagrosos e com um custo para os contribuintes muito baixo (ou nulo). Só acreditam os mais distraídos…

Aqui fica o meu ranking dos partidos que mais “comprimidos” venderam e mais dificuldade teriam em justificar, a seguir às eleições, se fossem governo, os custos reais das políticas defendidas:

  1. Partido Socialista: não faltam promessas a todo e qualquer grupo de cidadãos. Custos? Melhor não falar deles. São os campeões da impotência irresponsabilidade fiscal.
  2. Bloco de Esquerda: restringiu a campanha muito à crítica dos custos da anterior governação mas as promessas, apesar de mais dissimuladas que as do PS, teriam grandes custos.
  3. Portugal à Frente (coligação PSD/CDS): centraram a campanha na crítica ao programa do PS, permitindo-lhes não exagerar nas promessas e atenuar a exposição mediática dos custos que (ainda!) estão para vir, conforme compromissos já assumidos na União Europeia.
  4. CDU (coligação PCP/Verdes): ao assumirem que as promessas serão pagas com a saída do euro, reestruturação unilateral da dívida e redistribuição/aumento de impostos a cobrar, são os mais honestos da campanha eleitoral. Problema para eles é: quem quererá viver num regime comunista? Felizmente poucos.

Nota: na minha opinião, o Bloco de Esquerda trocaria de lugar com Portugal à Frente se fosse um pouco mais transparente nas intenções sobre como pagar o que prometem. Claro que, depois, poderia não obter tantos votos.

2 pensamentos sobre “Libidium Fast Extra (da política)

  1. PiErre

    Olha, afinal há duas coligações a concorrer às eleições Sempre pensei que havia só uma. Agora fiquei baralhado. Já não não sei em qual delas devo votar…

  2. lucklucky

    “ao assumirem que as promessas serão pagas com a saída do euro, reestruturação unilateral da dívida e redistribuição/aumento de impostos a cobrar, são os mais honestos da campanha eleitoral.”

    Perdão?
    Dizem que querem acabar com as eleições e instituir uma “Democracia Popular”
    Dizem ás pessoas que qualquer equipamento para casa delas passa custar o dobro ou o triplo?

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