Leitura recomendada

“Mitos de Verão: a incompetência não começou agora” de Nuno Garoupa (Jornal de Negócios)

Diz-se que, nas últimas décadas, Portugal tem sido governado por jotinhas. Profissionais da política sem qualquer outro percurso profissional. Gente com licenciaturas ao domingo, por correspondência, ou por mérito obtido em ranchos folclóricos.(…) Sem dúvida que os Drs. ou Engs. das licenciaturas modernas lusófonas que nos governam prestaram e prestam um péssimo serviço ao país, mas as profundas deficiências estruturais da economia e da democracia portuguesa não foram criadas por eles. Elas foram herdadas dos senhores professores doutores, dos Drs. ou Engs. das licenciaturas sérias da “Ivy League” portuguesa. Uma geração que desperdiçou os fundos estruturais para construir um estado onde enriqueceram, engordaram, expandiram o sector empresarial do Estado para acumular salários milionários, legalizaram o roubo com o nome de PPP (que agora aparecem a renegociar em nome do lado beneficiado), passaram ao sector privado para rentabilizar o tráfego de influências. Mais velhos, acumulam pensões pelo “grande” serviço público prestado e debitam moralidade nos noticiários das nove ou das dez (enquanto choram as pensões de miséria dos mais carenciados). Os jotinhas serão porventura maus. Mas os senhores doutores foram certamente muito mais daninhos.

12 pensamentos sobre “Leitura recomendada

  1. Ricardo C.

    Parece-me lúcido.

    O PREC serviu para catapultar uma série de indivíduos – com passagens administrativas ou mesmo sem passagens de nada – para cargos que, manifestamente, não tinham perfil para ocupar. O resultado traduziu-se num forte empurrão na desconstrução de um país que teve tudo na mão para ser fantástico e acabou por se deixar subjugar por interesses tão mesquinhos como boçais que apenas trazem a alegria a umas curtas dezenas de deslumbrados.

    Tudo é possível, mas creio que as novas gerações difícilmente poderão ser piores que a minha.

  2. É verdade.O resultado está á vista. Hoje Portugal não tem a Mocidade Portuguesa.Term tantas mocidades portuguesas como partidos politicos.Tem os jotinhas e companhia,que logo que podem se tornam em jotões e companhia..

  3. lucklucky

    Já vamos na segunda bancarrota em 30 anos. O problema já vem de muito atrás e tem muito mais que ver com quem desenhou e manteve a constituição que com fundos estruturais.

  4. JS

    É verdade N.G., “a incompetência” e o abuso do poder “não começou agora” e está para durar.

    Os dois partidos -os 60.000 “happy few”- que há mais de três décadas se governam, governando esta pseudo-democracia tiveram, têm, e terão, a faca, o queijo, os bolinhos e o vinho do Porto na mão, enquanto perdurar este abjecto sistema eleitoral.
    Auto intitulam-se democratas. Asco.

  5. O problema e’ mesmo o sistema democratico, esse quasi-deus que ninguem ousa sequer por em causa. Muitos reconhecem que o sistema democratico tem problemas mas, para resolver os problemas da democracia, diz-se sempre que e’ preciso “mais democracia”. A realidade e’ que a democracia e’ apenas mais uma forma de colectivismo, e’ mais uma forma de ditadura, a ditadura da maioria. Enquanto continuar a fe’ no “deus democracia” e no seu grande profeta “estado”, nada vai mudar…

  6. Pisca

    Fernando lendo o que escreve e o seu “horror” à democracia, faziamos como ? Concessionamos o País todo ? Podem sempre aparecer candidatos

  7. Em relacao a democracia, parece que no mundo ocidental instalou-se uma especie de “Sindrome de Estocolmo”: o desenvolvimento de uma especie de admiracao ou mesmo amor por quem nos controla so’ porque nao se consegue pensar numa alternativa. Ao amigo Pisca, eu recomendo a leitura de um livro: “Democracy-The God that Failed”, por Hans-Hermann Hoppe. Vai poder ficar a compreender melhor o que realmente e’ a democracia…

  8. politologo

    ADENDA
    No topo da lista , Professor Doutor Anibal Cavaco Silva , doutorado com a a tese “ A Divida Publica e o Crescimento Económico” .

    Nota
    A Democracia e a Corrupção são faces da mesma moeda . É certo , há outras moedas onde a face é a corrupção . A Democracia é um poço de contradições onde pulula a irracionalidade .
    Uma forma em que um Povo em vias de extinção encontra uma virtual Felicidade e a Esperança se renova quantas vezes ele mete um papel no buraco de uma falsa Democracia …

  9. Aladin

    O sistema democrático parece ser inevitável. A História demonstra que é o sistema mais bem sucedido. Mas as eleições, o método usado para escolher quem exerce de facto o poder, tem este efeito perverso de ser necessário criar máquinas partidárias que depois se alimentam a si mesmas do poder que lhe é delegado.

    Uma possível maneira de evitar isto é o sistema usado para escolher os jurados em alguns julgamentos: sorteio!

    Qual seria o inconveniente, por exemplo, de escolher aleatoriamente os deputados da nação?
    Não me parece dificil em termos tecnicos, deixando fora da escolha os individuos menores de idade, condenados, etc.
    O Parlamento seria verdadeiramente uma amostra do país e o governo poderia sair dali ou de uma escolha individual de um 1º ministro eleito que depois teria de fazer aprovar as suas leis no Parlamento.

    Por muito que procure, não vejo neste sistema nenhuma desvantagem, relativamente à eleição….

  10. Pingback: Boys juniores e boys seniores: a podridão do regime vai muito além dos jotinhas… « O Insurgente

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